É preciso entender como chegamos até aqui para definir e implementar estratégia vitoriosa para reconstruir o Brasil, que deve ter participação decisiva do movimento sindical. Essa foi a principal mensagem do debate de conjuntura realizado na manhã deste sábado (2), no 6º Congresso da Contraf-CUT.
A mesa formada por Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores, e Carol Proner, advogada e integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), abordou os interesses envolvidos no golpe que utilizou a operação Lava Jato como ferramenta, destituiu a presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff e impediu a candidatura do ex-presidente Lula em 2018. Os impactos para trabalhadores e trabalhadoras, com perda de direitos, de empregos, assim como a destruição do país com o crescimento da inflação, da fome, da miséria, foram discutidos no painel.
A presidenta da Federação das Trabalhadoras e dos Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro (Federa-RJ), Adriana Nalesso, em sua intervenção no debate, fez um breve resgate histórico para ajudar a entender o momento que estamos vivendo. “A redemocratização do Brasil trouxe junto o neoliberalismo, que promove a desconstrução do coletivo e ataques aos movimentos sociais e às lutas dos trabalhadores. O neoliberalismo, através da nova organização do mundo do trabalho e de suas máquinas de propaganda ideológica, produz a ideia de que a luta pela sobrevivência é individual. Essa perspectiva dificulta as lutas por um país mais justo”, analisa.
Adriana disse ainda que o Rio de Janeiro convive com um aumento das milícias armadas que apoiam Bolsonaro, mas revelou esperança. “Essas milícias são ousadas, têm militância armada que mata. Mas os ventos estão mudando, o povo já sabe o que Bolsonaro representa e nós vamos derrotar esse projeto de destruição e de morte”, prevê.