A rodada de negociação desta terça-feira, 26, apontou para um avanço importante: a inclusão de cláusulas na Convenção Coletiva para regulamentar o teletrabalho. A modalidade já era praticada em pequena escala em alguns bancos, mas durante a pandemia tornou-se prática comum. A falta de regras causou problemas para os trabalhadores e trabalhadoras e o movimento sindical vem buscando regulamentar a atividade.
Uma das questões mais importantes diz respeito ao controle de jornada e o direito à desconexão. “É preciso que o teletrabalho não prejudique e invada a vida pessoal dos bancários e bancárias”, destaca Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ. Os sindicalistas também reivindicam que não haja diferenças de remuneração e benefícios para estes trabalhadores.
Outra demanda é que os bancos forneçam não só equipamentos eletrônicos e mobiliário ergonomicamente adequado, mas ajuda de custo para quem trabalhar em casa. “Os bancos tiveram uma redução de custos da ordem de R$ 1,2 bilhão com o teletrabalho e as despesas como internet e energia elétrica ficaram com os trabalhadores e trabalhadoras”, destaca a sindicalista.
Também é importante que o movimento sindical possa estar em contato com os bancários e bancárias em home office. Outra demanda é que as bancárias que sofram violência doméstica possam optar entre o trabalho remoto ou presencial.
Os bancos se mostraram dispostos a negociar o assunto e ficou acordada a criação de um grupo de trabalho bipartite para elaborar as cláusulas.
Homologações e requalificação
O retorno das homologações aos sindicatos também foi reivindicado pelos sindicalistas. “A reforma trabalhista tornou opcional a homologação na entidade sindical e temos observado erros nos cálculos das verbas rescisórias. Quando a homologação é feita no sindicato, tudo é conferido para garantir os direitos dos trabalhadores”, destaca Adriana.
A qualificação e requalificação profissional também foi tema da mesa, já que as mudanças tecnológicas exigem que trabalhadores e trabalhadoras adquiram novos conhecimentos. O movimento sindical defende que todos os cursos devem ser feitos durante a jornada de trabalho.
O Comando Nacional também reivindica que a indenização por dispensas sem justa causa seja maior, numa tentativa de desencorajar as demissões. Somente nos últimos cinco anos foram eliminados mais de 57 mil postos de trabalho nos bancos. A próxima rodada de negociação está marcada para a próxima quinta-feira e terá como tema a segurança bancária.