As expressões faciais dos integrantes do Comando Nacional na mesa dizem tudo: a proposta da Fenaban é insatisfatória. Além de insistirem em repor somente 65% da inflação nos salários e apenas o IPCA no VA e VR, os banqueiros ainda querem garfar uma parte da PLR dos bancários. Nem a proposta de reajustar o teto da participação nos lucros em 100% da inflação é vantajosa, porque o cálculo é feito com base nos salários, que não teriam reposição total das perdas se fossem corrigidos pelo índice proposto.
As cláusulas econômicas estão em negociação desde a semana passada, mas não houve nenhuma proposta aceitável. Todas, sem exceção, representam alguma perda para a categoria bancária. Uma das maiores ameaças é a proposta de compensar os programas próprios de remuneração na parcela adicional da PLR, que já foi rejeitada em mesa pelo Comando Nacional.
A Fenaban também quer mudar a redação de cláusulas da Convenção Coletiva, o que teria impacto nos direitos que hoje são garantidos aos bancários e bancárias. “Não vamos aceitar, já deixamos isso muito claro na mesa de negociação”, adianta Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ e integrante do Comando Nacional.
A postura dos banqueiros é um desrespeito inaceitável a toda a categoria. “Querem nos impor perdas, apesar dos lucros continuarem subindo. O setor financeiro é altamente lucrativo e tem todas as condições de atender às nossas reivindicações”, avalia Adriana. “Não há a menor possibilidade de aceitarmos esta proposta rebaixada e vamos mostrar força nas assembleias desta sexta-feira”, acrescenta a presidenta da Federa-RJ.
As assembleias serão realizadas em sindicatos de todo o país. Na base da Federa-RJ, todas as assembleias serão virtuais e ocorrem a partir do início da noite.
A próxima rodada de negociação, presencial, acontece nesta sexta-feira, às 14h.