O aumento da oferta de crédito pela Caixa no segundo semestre de 2022 demonstra claramente que o banco foi usado pelo governo federal para aliciar eleitores a votarem pela reeleição do atual presidente. Foi o que a Rede Bancários do Dieese verificou ao analisar o balanço do banco no terceiro trimestre, divulgado esta semana. Houve liberação de crédito para pessoa física, com destaque para o consignado sobre o Auxílio Emergencial, a partir de setembro, para pequenos negócios, agronegócio e crédito habitacional acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Uma consequência direta deste crescimento foi o aumento da Provisão para Devedores Duvidosos, uma espécie de reserva que os bancos fazem para cobrir um possível aumento de inadimplência, que subiu 32%.
O lucro da Caixa teve redução de 45,9% em relação ao mesmo período de 2021. O número de agências não teve alteração, mas foram abertos 22 postos de atendimento e 204 unidades Caixa Aqui.
Um dado alarmante é a discrepância entre o número de novos clientes e o de abertura de postos de trabalho. Foram apenas 2.470 novas contratações e aproximadamente 4,6 milhões de novos clientes nos últimos 12 meses.
A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, publicou um artigo em que analisa o balanço do terceiro trimestre e fez ponderações sobre as condições de trabalho. Serrano destacou o aumento dos afastamentos médicos, da ordem de 45%, num contexto de intenso assédio moral e do maior escândalo de abuso sexual da história do banco, protagonizado pelo ex-presidente, Pedro Guimarães.