A Folha de São Paulo teve acesso a informações sobre um plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, para mudar o índice usado para os reajustes do salário mínimo e benefícios previdenciários. Atualmente, é usado o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que reflete de maneira mais precisa as variações da inflação. Guedes pretende adotar o IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado, que é mais baixo. Com isso, os reajustes seriam menores que a inflação, tirando dinheiro do bolso de trabalhadores, aposentados e pensionistas.
A medida só será possível com a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional que altere, na lei, o índice a ser usado. Segundo apurado pelo jornal paulistano, a proposta seria apresentada logo após o segundo turno das eleições. O ministro da Economia do atual governo entende que a mudança é necessária para respeitar o “teto de gastos”. Para garantir isto, a solução de Guedes é “quebrar o piso”, ou seja, reduzir as despesas com seguridade social.
Nos governos petistas havia uma política de valorização do mínimo, com aumento real. De início, acordos entre o governo federal e as Centrais Sindicais garantiram aumento do piso nacional acima da inflação. A regra virou lei, entrando nas diretrizes do Orçamento da União. Com o impeachment de Dilma Roussef, esta política de valorização foi interrompida. Agora, Bolsonaro e seu “Posto Ipiranga” pretendem tirar dinheiro do bolso dos brasileiros e brasileiras.
As previsões mais pessimistas estão se concretizando: o combo reforma trabalhista + teto de gastos + reforma da previdência está sacrificando a população, principalmente os mais pobres. Com reajustes do mínimo e dos benefícios do INSS abaixo da inflação, aqueles que têm renda mais baixa vão passar a ganhar ainda menos. A medida atinge aproximadamente 70% dos trabalhadores e beneficiários do sistema de seguridade social.