Bancários e bancárias conversam sobre saúde mental

Há trinta anos o dia 10 de outubro marca o Dia Mundial da Saúde Mental. De 1992 para cá, a realidade do trabalho bancário mudou para pior, aumentando a incidência de afastamentos por transtornos mentais, que já superam as licenças por doenças físicas. Para levantar a discussão sobre o tema o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro promoveu a palestra “O que te adoece?”, apresentada pelo psiquiatra Lucas Hauaji.

Segundo o profissional, a competitividade e as cobranças abusivas são os principais motivos por trás do aumento de incidência de transtornos mentais na categoria. “As metas são como armas apontadas para nossas cabeças”, comparou Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ. É comum as entidades sindicais receberem informações de que as metas são aumentadas toda vez que são atingidas, gerando uma pressão sem fim sobre trabalhadores e trabalhadoras. Num contexto de redução de postos de trabalho, não atingir as metas pode resultar em demissão, o que acrescenta um fator a mais de preocupação.

O movimento sindical vem lutando para coibir a prática de assédio moral e cobrança abusiva nos bancos. Mas as instituições financeiras alegam que definir objetivos a serem alcançados é uma prerrogativa de gestão e que os trabalhadores não podem interferir. Os bancos negam que haja relação entre o adoecimento mental dos bancários e o sistema de cobrança de metas, mesmo diante de estudos feitos por instituições renomadas que comprovam esta relação”, relata Adriana.

Os sindicalistas presentes aproveitaram para lembrar que o resultado do pleito do próximo dia 30 terá consequências diretas para a vida prática dos bancários e bancárias, já que estão em disputa dois projetos diametralmente opostos no que se refere aos interesses dos trabalhadores. “De um lado, temos uma candidatura comprometida com a manutenção e ampliação de direitos. Do outro, uma chapa que já declarou publicamente que vê sindicatos e sindicalistas como entraves a serem removidos. Trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias devem ter isto em mente na hora de decidir o voto”, destacou a presidenta da Federa-RJ.

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