O Itaú está demitindo bancários e bancárias desde outubro. Em alguns sindicatos filiados à Federa-RJ, as dispensas se concentraram em novembro e preocupam, principalmente nas bases menores.
Em Campos, é perceptível a relação entre as 12 dispensas e a automação nos setores de Consignado e Veículos. No Rio de Janeiro, o número de novembro chega a 15, mas pode haver mais. Já em Niterói, foram 17 de outubro para cá, sendo três somente em uma agência de São Gonçalo, e estes números podem aumentar. “É possível que haja mais desligamentos no início de dezembro”, prevê Marize Motta, vice-presidenta do Sindicato de Niterói. Em Petrópolis, uma base com apenas dois municípios, aconteceram 7 dispensas somente em novembro. E mesmo em Teresópolis, onde aconteceram dois desligamentos em agências diferentes – é preciso lembrar que o número de bancários na base é pequeno.
Com o fim da obrigatoriedade de homologar dispensas nos sindicatos, nem sempre os dirigentes estão a par da quantidade exata de dispensas. “Algumas vezes, só sabemos da demissão quando o bancário ou bancária vem aqui procurar ajuda ou conferir os cálculos”, esclarece Maria Izabel Menezes, diretora do Bancários Rio.
Ainda não é possível perceber se há algum fator em comum entre todas estas dispensas. Mas o fato é que o Itaú está investindo pesado em tecnologias que provocam cortes de postos de trabalho. E, caso algumas das posições em aberto sejam mantidas, é flagrante que o banco se utiliza da rotatividade para reduzir os salários.
Outro fantasma que vem assombrando bancários e bancárias é a conhecida ‘pejotização’. Os bancos demitem funcionários e os contratam como autônomos, os chamados ‘personal bankers’. Nesta modalidade de contratação, o trabalhador não só deixa de ter registro em carteira, benefícios e encargos sociais, mas tem que pagar ao banco para usar a plataforma.