A retomada das negociações permanentes entre a Comissão de Empregados e a direção do Bradesco já rendeu frutos: o banco iniciou na última quarta-feira uma campanha de prevenção da Covid, com ações internas de orientação e esclarecimento. A COE cobra, ainda, a adoção dos protocolos de prevenção, mesmo antes das autoridades determinarem obrigatoriedade.
No auge da pandemia, o protocolo adotado pelos bancos incluiu redução do horário de funcionamento, rodízio de funcionários por unidade, fechamento temporário de unidades para desinfecção quando algum funcionário adoecia e a adoção do teletrabalho, entre outras.
A Covid-19 voltou a crescer no Brasil no final de outubro de forma silenciosa. Com o avanço da vacinação houve redução dos casos e as medidas preventivas foram relaxadas. O problema é que vacinados costumam apresentar casos mais leves da doença e a confundem com uma gripe comum ou crise alérgica. A consequência foi a disseminação acelerada da Covid e uma explosão de resultados positivos desde o início de novembro.
A vacinação de crianças pequenas está em níveis ínfimos e nem todos os vacinados receberam todas as doses recomendadas. Como as vacinas atuais não são totalmente eficientes para evitar as novas variantes da Covid, causadoras da nova onda, é preciso ampliar a vacinação e disponibilizar as novas versões do imunizante o quanto antes. Enquanto isto não acontece, a prevenção é a única forma de conter a disseminação.
Horário higiênico
A jornada de seis horas dos bancários, conhecida como horário higiênico, foi estabelecida em 1933 para evitar as principais doenças ocupacionais da categoria: os transtornos mentais – chamados, na época, de neurose – e a tuberculose. A doença pulmonar era muito comum e os bancos ofereciam condições ideais para sua disseminação: locais fechados, com atendimento ao público e manipulação de dinheiro e documentos.
Em 2009, com a pandemia da gripe H1N1, os bancários foram uma das primeiras categorias a exigir dos patrões a adoção de medidas preventivas e vacinação dos empregados. Com a chegada da Covid-19 ao Brasil, em 2020, o movimento sindical voltou a ser pioneiro na pressão por protocolos de prevenção.