“Itaú: respeita Paquetá”. A faixa resume a indignação dos moradores de Paquetá com a decisão do banco de fechar a única agência bancária em funcionamento na ilha. A associação Morena, o Sindicato dos Bancários do Rio e a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (FEDERA-RJ) estão realizando protesto na manhã desta sexta-feira(5), em frente a agência. A medida vai afetar quase 4 mil pessoas que vivem na ilha. Sem banco, eles vão ter que gastar cerca de 3 horas apenas para sacar dinheiro, já que a ilha não possui caixa 24 horas.
“O que está acontecendo em Paquetá é uma completa irresponsabilidade social do banco Itaú. Aqui, temos a segunda maior população de idosos de todos os bairros do Rio, só perdemos para Copacabana. Essa população não usa aplicativo de banco. Como ficarão todos esses idosos sem poder sacar dinheiro na Ilha? Isso é inaceitável”, afirma o presidente da Associação de Moradores de Paquetá, a Morena, Guto Pires.
Em 2022, o Itaú lucrou mais de R$ 30,8 bilhões, o que representa um crescimento de 14,5% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, tem fechado agências, demitido bancários e bancárias, e dificultado acesso dos clientes ao atendimento.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários Rio, José Ferreira, o caso de Paquetá é simbólico da estratégia do Itaú. “Isso tem ocorrido em vários bairros, o banco fecha agências sem levar em conta a realidade da população. A decisão sobre Paquetá revela a perversidade dos banqueiros. Precisamos reagir”, destaca.
Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ, ressalta a responsabilidade da instituição bancária: “Bancos são concessões públicas, com compromissos.
Um deles é a obrigação de atendimento presencial aos clientes, não podemos admitir essa situação”, afirma.