Crise a gente enfrenta com luta e cabeça erguida

C:\Users\MARINA VIANNA\Downloads\240800077_128119029546275_3994006223694503647_n.jpg

Hoje é o nosso dia. Dia da bancária e do bancário. Tenho muito orgulho da nossa profissão e de tudo o que ela representa. Somos essenciais para o desenvolvimento da economia do país. Trabalhamos em meio a uma pandemia e continuamos atendendo a população, principalmente as pessoas que não tem acesso a serviços bancários on line. 

Estamos vivendo tempos muito difíceis, tensos, tristes. A cada dia recebemos notícias que interferem na nossa vida tanto pessoal como profissional. Somos trabalhadoras e trabalhadores que não fugimos da luta. Não é por acaso que comemoramos o nosso ofício no dia 28 de agosto. Essa data foi escolhida após a primeira greve nacional da categoria, que teve duração de 69 dias, por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Isso foi em 1951. Já se passaram 7 décadas e estamos firmes sempre buscando nossos direitos e nos reinventando diante das mudanças impostas pelo chamado mundo moderno.

Gostaria imensamente de dar muitos vivas pelo dia de hoje, mas, por enquanto, isso não é possível. Mesmo assim, não podemos deixar de celebrar nossas conquistas e de reconhecer o quanto cada um e cada uma de nós é valioso(a) e essencial. Trabalhamos para um sistema financeiro forte, sólido e muitas vezes inflexível e é com ele que negociamos nossos salários e condições de trabalho. Somos vistos invariavelmente como números pelos bancos, no entanto, sempre nos impomos como seres humanos, mães, pais, filhos, filhas, avôs e avós, enfim, pessoas que trabalham para o sustento de suas famílias e precisam ser respeitadas e valorizadas. As máquinas podem colaborar nos lucros exorbitantes que os bancos alcançam e anunciam orgulhosos a cada semestre, mas somos nós, bancárias e bancários, com o nosso trabalho, que damos a base e a sustentação desse processo.

A nossa categoria unida tem força e resistência para combater os retrocessos que são impostos cada vez que os representantes sindicais sentam para negociar com os banqueiros. Também somos capazes de reagir aos ataques e às tentativas de retirada de direitos por parte de um governo que tripudia não só dos trabalhadores e das trabalhadoras como de toda a população.

Não é fácil ouvir dos representantes dos banqueiros que um caixa bancário ganha mais do que um caixa de supermercado e que não podemos reclamar. Assim como é revoltante escutar que não é preciso mais do que 15 minutos para almoçar, e mais ainda que é necessário batermos metas inatingíveis para aumentar seus lucros e, com isso, manter nossos empregos. Não somos privilegiados como gostam de nos classificar. Eles é que são. Continuam lucrando, e muito, em um país onde aumenta o desemprego e a miséria que também são de sua responsabilidade uma vez que demitem, sem remorso, pais e mães de família.

Nada disso, nem a falta de empatia, nem a tentativa de exploração da nossa mão de obra, vai nos abater. Sabemos do que somos capazes e o que representamos na sociedade. Seguimos fortes e decididos(as) na defesa dos nossos direitos e de quem somos.

Vamos sim comemorar o Dia do Bancário e da Bancária. Vamos dançar, cantar, brindar, relaxar, compartilhar boas energias, mas sem aglomeração e com muita responsabilidade. Isso vai passar. E seguiremos na luta!

Adriana Nalesso – presidenta da Federa-RJ

NOTÍCIAS RELACIONADAS