Nota em defesa da Caixa

São notórios os problemas que os empregados da Caixa enfrentaram nos últimos anos. Além de todos os temores vividos durante a pandemia, enfrentamos um aumento brutal da carga de trabalho, com atendimentos que, em muitas unidades, chegaram a mais de mil pessoas por dia. Como se não bastassem os problemas de estrutura e o déficit funcional, fomos submetidos a cobranças por metas jamais vistas na empresa e que cresciam exponencialmente a cada semestre.

Perdemos vários colegas que, por estarem na linha de frente, sucumbiram ao Covid. Muitos dos que sobreviveram ao vírus não escaparam da pressão sem precedentes e adquiriram doenças psicológicas que persistem até hoje.

A população teve toda a nossa dedicação e respeito no atendimento, como sempre, mas nós não tivemos condições de trabalho adequadas para realizar nossa importante função social.

É por isso que não podemos retroceder.

É emblemático que, alguns anos após o impeachment que derrubou a primeira mulher a presidir o país, os cargos mais cobiçados sejam justamente os ocupados por mulheres. No caso da CAIXA, o cargo que virou alvo é o de uma empregada de carreira que se dedicou à defesa dos trabalhadores e da CAIXA 100% Pública.

Sabemos o quanto o governo precisa de apoio político para as reformas necessárias à população brasileira. Sabemos que as políticas públicas e os programas sociais são a razão de ser da atual administração federal, mas não é razoável abrir mão de uma gestão humanizada, que discute com as entidades representativas dos empregados todas as mudanças que possam atingi-los e que preza pela sustentabilidade desta empresa tão importante para o Brasil.

Entendemos que é necessário lutar sempre que houver ameaças aos anseios dos nossos representados. Queremos avançar mais, porque hoje o desejo de mudanças ainda é muito grande. Mas, para mudar, é necessário garantir o espaço de diálogo recém-conquistado. E, para isso, a Caixa não pode perder seu foco e compromisso com o povo brasileiro, devendo permanecer sob a gestão de quem conhece e respeita a essência da empresa, que é valorizar seus funcionários e viabilizar políticas públicas de desenvolvimento com distribuição da riqueza.

As entidades que assinam este documento lutarão em defesa da Caixa 100% pública, socialmente responsável e com gestão humanizada.

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