Assédio moral adoece! E cada vez mais

Este foi o tema da rodada de saúde e condições de trabalho

Durante a rodada de negociação desta segunda-feira, 1º, sobre saúde e condições de trabalho, o Comando Nacional dos Bancários apresentou dados que demonstram a relação entre o assédio moral e as doenças psíquicas, a partir de estatísticas do INSS. Segundo pesquisa feita pelo Dieese, a porcentagem de afastamentos por transtornos mentais subiu de 23% em 2012 para 36% em 2021. Até mesmo os benefícios B91 – por acidente de trabalho – subiram de 30% para 55%. O benefício acidentário é concedido quando se reconhece o nexo entre o trabalho e a doença.

A saúde mental dos bancários é tema de muitas pesquisas acadêmicas que comprovam a relação entre as metas e o adoecimento. Também é claro que o ambiente de trabalho bancário é um dos mais nocivos. “Os bancos são responsáveis por 1% dos trabalhos formais no Brasil e responderam por 24% dos afastamentos no país em 2021. Em 2012 este índice era de 12%”, completou a dirigente.

A Fenaban tentou dispensar os estudos e isentar-se da responsabilidade. “Os banqueiros se negam a reconhecer esta relação. Mas nós insistimos, com os números na mesa, e eles ficaram de analisar as propostas”, relata Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ.

Pandemia e epidemias

O Comando Nacional também cobrou dos patrões a inclusão de cláusulas que tratem da atual situação sanitária, com o Covid-19 e a varíola dos macacos. Os sindicalistas reivindicam a criação de protocolos para evitar o contágio não só dos bancários, mas dos clientes e usuários. Uma das medidas propostas é o uso de equipamentos para renovação e purificação do ar.

Também foi discutida a criação de uma cláusula sobre a adoção de medidas pós-Covid. O Comando reivindica que os trabalhadores que apresentarem danos duradouros ou permanentes sejam reabilitados ou, se preciso, realocados.

A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, destaca que a discussão só vai avançar quando os bancos mudarem a forma como tratam o adoecimento dos trabalhadores: “Queremos parar de discutir doença e discutir saúde e melhores condições de trabalho”, defende a dirigente.

A próxima rodada de negociação será nesta quarta-feira, 03, com o início da discussão das cláusulas econômicas.

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