Balanço geral e desafios para o futuro

O 6º Congresso da UNI Global Union, na Filadélfia, Estados Unidos, encerrado na última quarta-feira (30), deixou um desafio: estimular a união dos trabalhadores do mundo todo.

A UNI Global Union representa mais de 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo. Com sindicatos de diversos setores, atua para criar um ambiente justo e seguro para a força de trabalho global, promovendo debates e ações conjuntas para enfrentar os desafios do século XXI.

Para Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ, que fez parte da comitiva da Contraf-CUT, participar do evento foi importante porque foram debatidos diversos temas ligados a organização do trabalho, como o assédio moral e sexual, condições de trabalho, jornada de trabalho, entre outros.

Também foi estimulante ouvir a companheira Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que foi eleita vice presidenta da UNI Finanças Mundial, compartilhar a luta e experiências bem-sucedidas da categoria bancária.

“Atualmente, a batalha é pela jornada de quatro dias, para assim termos mais tempo para viver, para ficar com a família, para o lazer, estudo, cultura e cuidados pessoais”.

Outro ponto alto do último dia do evento foi a mensagem enviada pelo presidente Lula, lida durante o painel “Paz, democracia e direitos humanos”, por Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT.

“Com vocês, me sinto em casa. Não na minha casa brasileira, onde todos falam português e temos a mesma cultura. Mas uma casa maior, que acolhe a todos e onde nos entendemos em espanhol, inglês, coreano, árabe ou tantos outros idiomas. A verdade é que temos, no fundo, a mesma linguagem. A linguagem do trabalhador. E é ela que expressa a luta das pessoas oprimidas. É ela que entoa canções de igualdade, embala sonhos de uma vida digna e de um futuro melhor”

O presidente brasileiro também abordou desafios específicos do trabalho no atual momento da economia. “Em uma economia digital, não podemos permitir que relações de trabalho sejam precarizadas para beneficiar apenas gigantes da tecnologia, que se colocam acima das regulações nacionais. Não podemos admitir que algo que poderia ser tão democrático como a internet se transforme em uma grande máquina de gerar poucos bilionários, à custa de milhões de pessoas vivendo em relações informais de trabalho, sem direitos”, ressaltou.

Para Adriana Nalesso, o saldo do evento é muito positivo: “O congresso foi um sucesso e já deixa saudade. No balanço geral, o encontro foi uma oportunidade para verificar que os problemas da classe trabalhadora são iguais em todo o mundo e que só a união e fortalecimento dos sindicatos pode fazer a diferença”, concluiu.

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