Depois de se voltar contra os mais pobres, mudando o reajuste do salário mínimo e benefícios previdenciários, o governo Bolsonaro agora está mirando na classe média: o jornal Estadão teve acesso a documentos que demonstram que o Ministério da Fazenda pretende suspender a dedução de despesas com saúde e educação no Imposto de Renda.
Segundo apurou o jornal paulistano, o governo estaria preocupado com as despesas que serão geradas pelas promessas feitas pelo presidente na campanha pela reeleição: o Auxílio Brasil de R$ 600, a correção da tabela do Imposto de Renda e o 13º do Auxílio para as mulheres chefes de família. De acordo com o estudo realizado pelos técnicos do ministério, o fim das deduções aumentaria a arrecadação em R$ 30 bilhões.
O governo já soltou nota negando tanto a redução do reajuste do salário mínimo quanto o fim das deduções no IR. Mas, com a credibilidade abalada por escândalos de todo tipo, a palavra de Paulo Guedes anda valendo pouco.
Por baixo dos panos
O Ministério da Economia começou a procurar de onde tirar dinheiro depois do primeiro turno das eleições, segundo apurou o Estadão. “O governo está usando a lógica do cobertor curto: descobre os pés para cobrir a cabeça. Mas quem fica passando frio é a população”, critica Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ.
Enquanto isso, o orçamento secreto continua sugando dinheiro de programas importantes. Só na saúde houve cortes significativos nos programas Farmácia Popular e nas redes de combate ao câncer, de tratamento e prevenção de HIV/AIDS e de atenção a gestantes e bebês, entre outras áreas. Os programas habitacionais e as verbas para educação também tiveram cortes.
Para onde vai este dinheiro? Ninguém sabe, ninguém viu.