As reuniões desta semana com a representação da Caixa trataram de temas relativos à Saúde e Condições de Trabalho e tiveram avanços tímidos. Na primeira, dia 02, foi discutida a situação das Pessoas com Deficiência e no dia 04 o principal assunto foi o Saúde Caixa.
A Caixa tem hoje 4.312 empregados com deficiência, ou 4,96% do corpo funcional. Destes, 55,08% com deficiência física, 29,22% com deficiência visual e 11,09% com deficiência auditiva. A representação da empresa apresentou detalhamento das ações corporativas voltadas para as PCDs, mas muitas reivindicações apresentadas pela CEE não foram respondidas a contento. Os problemas vão desde a falta de banheiros adequados na área dos empregados – há agências onde só o banheiro de clientes é adaptado – até a distância entre a residência e o local de trabalho. A Comissão dos Empregados foi firme na demanda de ações que promovam o encarreiramento destes trabalhadores, para que tenham as mesmas oportunidades de ascensão profissional que os demais. A CEE destacou ainda a importância de a Caixa oferecer inclusão efetiva e apontou a necessidade de adotar a acessibilidade atitudinal.
Saúde Caixa
Na rodada do dia 04, para tratar de Saúde Caixa e Funcef, somente o primeiro tema foi abordado e o debate não avançou, já que a Caixa se mostrou irredutível em muitos pontos.
A centralização da administração do plano provocada pelas reestruturações é um dos principais problemas. São relatadas dificuldades decorrentes da falta de suporte, que era feito através da GIPES – gerência de pessoas. A Caixa alega que a gestão centralizada é mais eficiente e não se dispõe a mudar o sistema.
A empresa informa que, segundo pesquisa, a imagem do Saúde Caixa junto aos trabalhadores é positiva. Para 66% dos usuários que participaram da pesquisa, a experiência com os serviços foi classificada como Sempre ou Quase Sempre satisfatória. A CEE afirma que os dados não são suficientes, já que apenas 1.809 usuários responderam, contactados por e-mail – menos de 0,6% do total de pessoas atendidas. Os representantes dos trabalhadores destacam, por exemplo, que muitos aposentados não teriam condição de responder à pesquisa.
Os representantes dos empregados cobraram esclarecimentos e solução para as cobranças retroativas. Muitos usuários estão sendo forçados a pagar dívidas de que nem tinham conhecimento, referentes a de procedimentos antigos. A CEE alega que muitos recebem uma cobrança, sem qualquer contato prévio.
O credenciamento também foi alvo de críticas e a Caixa informou que está investindo em credenciar instituições e profissionais bem avaliados. A empresa informou que, nos casos em que não houver profissionais ou estabelecimentos aptos a prestar atendimento, nem possibilidade de deslocamento, o usuário poderá ser reembolsado das despesas com procedimentos médicos.
A Caixa apresentou um déficit de cerca de R$ 121 milhões, mas a CEE apontou que este número não reflete a verdade. No período crítico da pandemia, procedimentos eletivos sofreram vasta redução, sendo retomados somente este ano. Isto provocou uma percepção de que o déficit percebido é maior que o verdadeiro.
Sobre o “ganho de escala” que a administração do banco busca, a automação de serviços e a centralização da gestão têm se mostrado prejudiciais aos trabalhadores e trabalhadoras, mas a empresa continua firme na intenção de manter o modelo.