A manhã deste sábado, 4/9, foi de luta e reflexão para bancários e bancárias dos sindicatos filiados à FEDERA-RJ e de entidades representativas dos(as) trabalhadores(as) de todo o país. A 23ª Conferência Nacional d@s Bancário@s, iniciada na noite de sexta-feira, continuou hoje com debates sobre o retrato da categoria bancária, abordando teletrabalho e Covid- 19.
A pesquisa referente ao home office forneceu dados que serão usados nas negociações, mas apontou a necessidade de lutar pela melhoria das condições dos(as) profissionais em home office, com garantia de auxílio financeiro suficiente.
O Dieese também apresentou os gastos volumosos dos bancos com tecnologia, visando a automação das atividades. O estudo revela a redução do número de agências e o grande impacto na sindicalização que caiu de 45% de trabalhadores filiados aos sindicatos em 2002 para 19% em 2019. Além disso, foi realizado alerta sobre a chamada “uberização” da atividade, com profissionais trabalhando como bancários por conta própria, sem nenhuma proteção e com incentivo dos grandes bancos.
A mesa também apresentou dados preliminares da pesquisa sobre a Covid-19 na categoria, ainda em andamento, seus efeitos e sequelas. A primeira análise revela que 30% dos que foram contaminados pelo novo coronavírus sofrem redução da capacidade produtiva.
Na mesa “Qual sistema Financeiro o Brasil precisa?”, foi destacado o desafio do crescimento das cooperativas de crédito e das fintechs que leva à precarização das condições de trabalho. E a importância de fortalecimento dos bancos públicos. “São eles que, quando o dinheiro está disponível, oferecem crédito ao setor produtivo e não apenas o retém para gerar recursos aos rentistas”, afirmou a economista Fernanda Feil.
O professor e economista Ladislau Dowbor afirmou que o sistema financeiro precisa ser, acima de tudo, útil para a sociedade. E que a categoria bancária tem a oportunidade e a responsabilidade de mudar esse sistema, porque não existe fora dele. Destacando que, no caso do Brasil, o que é preciso é a realocação de recursos existentes, ao contrário de nações em que eles sequer existem.