As demissões irregulares continuam atormentando os bancários e bancárias, mas os departamentos jurídicos dos sindicatos filiados à Federa-RJ atuam para garantir o retorno dos trabalhadores aos seus empregos. Em agosto e setembro houve reintegrações em Campos e no Rio de Janeiro.
A reintegração de Danieli Siqueira da Silva, funcionária do Santander em Campos, foi uma batalha em dois tempos. Demitida em 2017, obteve vitória em processo judicial e foi reintegrada em 2021. Num ato de desrespeito à trabalhadora e à própria Justiça Trabalhista, o banco a dispensou novamente no mesmo dia em que retornou ao trabalho. A decisão em segunda instância determinou sua reintegração e este ano, em 22 de setembro, a bancária finalmente teve seu emprego devolvido.
Já o carioca Mauro Felippe Telles foi demitido pelo Bradesco em outubro de 2020, período crítico da pandemia de Covid, apesar do banco ter sido um dos que assumiram publicamente o compromisso de não demitir durante a emergência sanitária. E Felippe não foi, infelizmente, o único: mesmo com ampla divulgação do “Não demita”, as empresas do ramo financeiro no Brasil aproveitaram para reduzir drasticamente o número de empregados. Mas, a exemplo de magistrados país afora, o juiz que apreciou o processo de Mauro entendeu o descumprimento do compromisso público como um ato discriminatório e determinou a reintegração.
A bancária de Campos Marta Inês Alves de Souza foi demitida pelo Itaú em 2021. Depois de um ano e três meses de luta na Justiça, com suporte do Sindicato dos Bancários, Marta foi reintegrada no final de agosto. A coincidência foi que seu retorno ao trabalho se deu bem no dia de seu aniversário e a bancária foi recebida pelos colegas com uma festa surpresa.