Unidade para defender os bancos públicos e a democracia. Esta foi a tônica da abertura do Encontro Estadual de Bancários e Bancárias do Banco do Brasil e da Caixa, realizado neste sábado (31). E a unidade é representada pelos vários Sindicatos participantes e filiados à Federa-RJ – Bancários de Campos dos Goytacazes, Niterói, Petrópolis, Rio de Janeiro, Sul Fluminense e Teresópolis – e da atuação lado a lado de diferentes Centrais Sindicais no evento: CUT, CTB e CSP Conlutas.
“Somente através da democracia a gente consegue avançar. E democracia em todas as instâncias. O fascismo nos ameaça, mas é pelo diálogo, pela construção política que a gente consegue avançar e construir um país melhor. E é isso que buscamos juntos colocar em prática na Federa-RJ, nesse primeiro Encontro Estadual de Bancos Públicos que a Federação organiza”, afirma Adriana Nalesso, presidenta da entidade.
Na abertura do evento, foi realizada uma homenagem emocionada às vítimas da Covid-19, em que foi apresentado vídeo do ator e diretor Marcos Hamellin, que faleceu este mês. Um minuto de silêncio e palmas lembraram sindicalistas, bancários e bancárias, e todos(as) os(as) mais de 550 mil brasileiros(as) que perderam a vida pela demora na vacinação e ineficiência no combate à pandemia.
A parte da manhã do Encontro foi dedicada à análise de conjuntura com a participação de parlamentares oriundos do sindicalismo bancário. A deputada federal Fernanda Melchiona (PSOL/RS) abordou a importância de derrotar Bolsonaro o mais rápido possível e ressaltou que o governo aproveita a pandemia para tentar passar a boiada e colocar granada no bolso do servidor. “A intenção é de privatizar o BB. Política de metas, fechamento de agências vai dificultando o atendimento à população e mudando características do banco público, o que é inadmissível”, afirmou.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) lembrou que o governo constrói narrativa que nega a realidade e usa os bancos públicos para campanha eleitoral antecipada. A parlamentar informou que está entrando com ação na justiça contra o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. “Ele precisa explicar quanto está gastando para percorrer o Brasil para fazer campanha eleitoral. Dizer que ele precisa estar nos municípios é desmerecer os gestores locais”, avaliou. E complementou abordando a importância de enfrentar Bolsonaro: “Denunciar esse governo é defender a vida contra uma política de morte”.
O vereador do Rio de Janeiro, Reimont (PT), reforçou a importância de defender BB e Caixa como bancos públicos, com missão específica. “O governo diz que a Caixa nunca teve tanto lucro. Mas não queremos um banco público como o Bradesco, o Santander que têm visão de lucro e exploram seus trabalhadores. Queremos um banco público que sirva à população, que implemente políticas sociais”, afirmou.
As análises dos parlamentares foram corroboradas pelos dados apresentados pelo técnico do Dieese na subseção do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Fernando Amorim. O panorama do mercado financeiro com foco nos desafios dos bancos públicos, indica que BB, Caixa e bancos públicos estaduais chegam a ser responsáveis por 95% do crédito nos estados fora do eixo Rio-São Paulo, o que revela o risco que a privatização representa para o atendimento da população.
Adriana Nalesso reforçou também a importância da mobilização da categoria que, na última Campanha Nacional, garantiu a preservação de direitos, apesar da conjuntura adversa. Na parte da tarde, bancárias e bancários do Banco do Brasil e da Caixa seguirão no evento, discutindo questões específicas por banco que serão levadas ao Encontro Nacional, em agosto.