A 7ª rodada de negociação ontem, 13/08, começou cobrando a devolutiva da Fenaban referente às reivindicações das cláusulas econômicas: aumento real dos salários, melhorias na PLR e demais remunerações, incluindo vales-alimentação e refeição (VA/VR). No entanto, eles afirmaram que só na próxima mesa apresentarão uma proposta.
“Queremos ganho real, os bancos tiveram ganhos estratosféricos. Fizemos um levantamento e dos 8.809 setores no país que fizeram negociações salariais neste ano, 86% tiveram aumento real. Vários deles convivem com concorrência e têm lucros e rentabilidade muito inferiores aos dos bancos, a exemplo de comércio, agropecuária, serviços médicos, hospitalares e energia elétrica. Os banqueiros não têm motivo para não atender nossas reivindicações”, explicou Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ.
“Também faltam respostas para linha de crédito especial a juros baixos para os bancários e bancárias endividados(as); manutenção do emprego; respeito ao direto à desconexão; fim da terceirização; ampliação do teletrabalho e aumento na ajuda de custo e jornada de 4 dias de trabalho”, continuou Adriana.
Por isso, está sendo convocada nova mobilização nacional para esta quinta-feira, dia 15, para pressionar os bancos. Vamos unir os bancários e bancárias de todo o Brasil. “Ontem ficamos em 4º lugar no tema mais falado no X, antigo Twitter. Precisamos continuar mobilizados”, explicou Adriana, já convocando a categoria para os próximos tuitaços, que serão dias 19, 20 e 21.
Algumas devolutivas da negociação!
Durante a mesa de ontem, a Fenaban apresentou algumas respostas para reivindicações feitas, em sua maioria relacionadas às cláusulas sociais:
– Inclusão do termo “assédio moral” na CCT. Isso é importante porque pela primeira vez os bancos reconhecem essa forma de violência no trabalho que precisa ser combatida.
– Pela primeira vez também conseguimos ampliar direitos na questão ambiental. “Ficou acertado que será constituído um comitê de crise para atuar em caso de eventos climáticos extremos, com possibilidades de medidas como: teletrabalho, realocações, entre outras medidas”, explicou.
– Haverá reforço ao programa de apoio às bancárias vítimas de violência doméstica, previsto em cláusulas na CCT;
– Os bancos também afirmaram que estão trabalhando em um plano de ação para alcançar a igualdade salarial de gêneros;
– No combate à discriminação às pessoas LGBTQIAPN+ ficou determinado que será criada uma cláusula de repúdio à discriminação, com canais de apoio. Haverá respeito ao nome social, em todos os sistemas do banco, antes mesmo da obtenção do registro civil de retificação de nome para pessoas transexuais, e garantia do uso do banheiro conforme o gênero que a pessoa se reconhece;
– A Fenaban ficou de reavaliar a realização de um censo de diversidade na categoria;
– Os bancos apresentaram propostas de formação de mulheres para a área de Tecnologia da Informação (TI), a partir da contratação de duas entidades especializadas em trazer mulheres para este mercado;
“É importante deixar claro que a Fenaban não trouxe retorno efetivo sobre saúde mental dos(as) bancários(as), porém, é preciso avançar no tema das metas. Eles negam a relação do assédio – meta e adoecimento e nós sabemos que estão relacionados, por conta do modo como o sistema é implementado, que normaliza o abuso de cobranças no setor, com impacto na saúde da bancária e do bancário”, explicou Adriana Nalesso.
A negociação continua! Fiquem atentos/as.