Fim do home office: preocupação na categoria


O retorno ao trabalho presencial dos bancários e bancárias em todo o país está na pauta de discussão dos encontros estaduais e nacionais que acontecem nesse mês de agosto.

O Itaú saiu na frente dos outros bancos e já anunciou que pretende começar a testar ainda neste mês o novo modelo que será implantado para os trabalhadores da instituição. De acordo com o banco, cada departamento terá um sistema de trabalho.

A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, considera precipitado e arriscado o retorno de toda a categoria ao trabalho nesse momento.

“A pandemia não acabou, temos média de cerca de 900 mortos a cada dia. Esse número é altíssimo e a chegada da variante Delta faz acender novo sinal de alerta. Somente este ano, morreram mais bancários do que em todo ano de 2020. Mais de 550 bancários e bancárias perderam a vida para a Covid. Nossa reivindicação à Fenaban tem sido no sentido de observar as orientações da Fiocruz e evitar retorno presencial que vai expor ainda mais os bancários e bancárias ao risco, enfrentando o transporte público diariamente”, avalia.

Mesmo com altíssimos lucros, os bancos descumpriram o compromisso que firmaram com os Sindicatos de não demitir durante a pandemia. O Santander foi o campeão das demissões. Foram mais de mil bancários demitidos desde do início da crise sanitária. Vale lembrar que 32% de todo o lucro mundial do banco espanhol, é obtido no Brasil.

O Itaú, que anunciou essa semana lucro de R$ 7,56 bilhões no segundo trimestre de 2021, também descumpriu o acordo promovendo mais de 400 demissões.

O Bradesco seguiu na mesma linha, ignorou o acordo e demitiu funcionários mesmo alcançando lucro de R$ 6,5 bilhões no primeiro trimestre desse ano.

“Esses lucros exorbitantes por si só mostram a ganância do sistema financeiro e a falta de respeito com que tratam as pessoas. Demitir durante uma pandemia prova a total falta de compromisso com políticas sociais. Em suas campanhas de marketing os bancos se colocam como grandes feitores, mas a realidade interna é completamente diferente”, ressalta a presidenta da Federa-RJ.

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