Depois de dez horas de negociação, a oitava mesa com a Fenaban terminou nesta terça-feira, 20/8, em frustração. Os representantes dos banqueiros passaram o dia todo tentando convencer o Comando Nacional de que o setor financeiro atualmente está passando por dificuldades e não pode atender às reivindicações da categoria bancária.
“É um absurdo ter que ouvir os banqueiros queixarem de falta de dinheiro. Os maiores bancos lucraram quase R$ 28 bilhões no ano passado. Pagam salários astronômicos para seus diretores e distribuem dividendos entre seus acionistas. E aí vêm pra mesa de negociação chorar, dizer que não podem dar reajuste para os trabalhadores e trabalhadoras que ajudaram na conquista desse lucro? É revoltante mesmo”, declarou Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ e integrante do Comando Nacional.
Além de não apresentar propostas econômicas, a Fenaban apontou com retirada de direitos como diminuir a PLR dos bancários afastados por doenças, que na maioria das vezes foram causadas por pressão no cumprimento de metas absurdas, e diminuir o valor dos vales alimentação e refeição.
O Comando rejeitou na hora a retirada de qualquer direito adquirido e avisou que não vai aceitar nenhuma proposta rebaixada.
Entre as reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional, a do período de quatro dias de trabalho semanal foi imediatamente rejeitada pela Fenaban. Já o uso do nome social de pessoas transgêneros foi aceito. Outros itens foram apresentados como o aumento de mulheres na área de tecnologia com oferecimento de cursos específicos, igualdade salarial entre homens e mulheres, prevenção à violência contra a mulher bancária, combate ao preconceito e discriminação, entre outras cláusulas que ainda não estão sendo discutidas.
A negociação continua nesta quarta-feira, 21, quando o Comando Nacional espera ter respostas mais significativas da Fenaban e também a apresentação de propostas econômicas que respeitem os bancários e bancárias.