A Federa-RJ vem denunciando à população e ao Banco Central a falta de segurança e o risco da sociedade em utilizar os bancos digitais ou “fintechs” que usam a palavra “bank” (em inglês) nas suas propagandas e mensagens públicas. A luta do movimento sindical é pela regulamentação dessas instituições. Semana passada, o Banco Central deu um passo importante. Lançou uma Consulta Pública 117/2025, para enquadrar as instituições de pagamento que estão usando indevidamente a palavra “bank” em seu nome fantasia, conforme a Resolução Conjunta com o Conselho Monetário Nacional (CMN).
Segundo nota do Banco Central, a Consulta Pública “visa disciplinar a denominação das instituições autorizadas, incluindo o nome empresarial, o nome fantasia, a marca e o domínio de internet. O objetivo é conferir mais transparência à prestação de serviços financeiros e de pagamento à população”.
Para Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ, é fundamental a regulamentação dessas instituições, “Não é admissível que atuem como bancos e não tenham que cumprir as regras de um banco tradicional, colocando em risco os recursos dos clientes que não têm conhecimento sobre essa situação. Já vínhamos denunciando essa prática ao Banco Central, que pode gerar transtornos para o Estado e a sociedade, além das relações de emprego precárias, já que os trabalhadores dessas instituições não são bancários”, explicou.
É claro que os bancos estão usando esses canais para pagar menos. Só o Itaú tem sete bancos e o Bradesco, seis. Uma instituição de pagamento que desde o ano passado vem fazendo forte propaganda na TV, sobretudo na GloboNews, é a cearense Mentore Bank. Está autorizada, assim como a Pagseguro, do grupo UOL (Folha de S. Paulo), a operar como IP, mas não como banco, que ilude o(a) consumidor(a) ao se dizer “Mentore Bank”. O mesmo ocorre com os CDBs do PagBank, alardeados como rendendo bem acima do CDI.
Na lista do BC há ainda 95 instituições com pedidos para serem enquadradas como instituições de pagamentos, das quais cinco usam a palavra “bank”. A NU Instituição de pagamentos, cujo número de usuários superou o Itaú, também está usando indevidamente o nome fantasia Nu Bank.
Por todos esses motivos, é fundamental que a regulamentação do setor seja urgente. “Esta é uma das nossas bandeiras deste ano”, explicou Adriana Nalesso.