Mais uma vez o banco Santander toma decisões que afetam milhares de trabalhadores e trabalhadoras sem nenhum debate com o movimento sindical. A última ação foi terceirizar o setor denominado Manufatura, o que aconteceu no último dia 30, sexta-feira, com efetividade já na segunda-feira seguinte, dia 03, logo após o primeiro turno da eleição. A transferência de empregados atinge, neste primeiro momento, 1,7 mil bancários e bancárias lotados nos edifícios Torre e Conexão, em São Paulo. No Rio de Janeiro, o impacto das mudanças deve atingir cerca de cem bancárias e bancários.
O banco está chamando o processo de “transferência” e alegando que as novas contratações estão dentro das regras trazidas pela reforma trabalhista. Os bancários deixam de trabalhar para o Santander Brasil e passam a ser funcionários da SX Tools, que pertence ao grupo Santander. “Mas se há mudança de CNPJ do contratante, não é uma simples transferência. Deveria haver rescisão contratual no banco, com pagamento de todas as verbas rescisórias, e contratação pela SX”, pondera Marcos Vicente, representante da Federa-RJ na COE Santander.
A mudança é desvantajosa para os bancários e bancárias, a exemplo do que já ocorreu em outros processos de terceirização operados pelo Santander num passado recente, como ocorreu no Call Center e na área de TI, com perda salarial, de benefícios e mudança no enquadramento sindical. “O banco diz que está tudo dentro das novas leis trabalhistas. Mas não houve sequer negociações individuais, as decisões têm sido todas unilaterais. Os trabalhadores e trabalhadoras são simplesmente informados de que passarão a ser funcionários de outra empresa, com tudo diferente, a partir de determinada data”, critica Marcos Vicente.