A Federa-RJ e sindicatos da base da Federação estão participando do Seminário Nacional de Organização do Ramo Financeiro – Aspectos Jurídicos, na Contraf-CUT, em São Paulo. O evento reúne vários(as) debatedores(as) para refletir sobre a organização do ramo e perspectivas futuras.
“Esse é um dos mais importantes desafios que temos a superar. Após a reforma trabalhista, observamos a extinção de postos de trabalho bancários. Mas o que notamos é o aumento dos(as) trabalhadores(as) no ramo e um deslocamento do serviço para empresas terceirizadas, muitas criadas pelos próprios bancos, esses trabalhadores têm contratos diferenciados. Além disso, o aumento do trabalho em plataformas, fintechs, bancos digitais. E tem também os autônomos chamados de AAI Agentes Autônomos de Investimento, o PJ e o por conta própria sem vínculo”, ponderou Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ.
O desenvolvimento de novas tecnologias também piorou esse cenário. “Está cada vez maior a precarização, sob o discurso de liberdade, autonomia e flexibilidade no trabalho. Infelizmente, a realidade é que esses trabalhadores assumem para si todos os custos e riscos do trabalho. Uma nova categoria se apresenta, como ‘colaboradores’ de bancos, ‘itubers’, no caso do Itaú. É o apelo a uma linguagem que parece moderna, descolada, que acena para uma ‘parceria’. Mas, na prática, essa mudança só serve para acabar com os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, desconstruir o conceito de classe e fragilizar a luta sindical”, detalhou Adriana.
Os presidentes dos sindicatos da base da Federa-RJ que participam do Seminário Nacional de Organização do Ramo Financeiro – Aspectos Jurídicos, na Contraf-CUT, em São Paulo, durante os dias 20 e 21/03 também avaliaram positivamente o encontro.
Sávio Barcellos, presidente do Sindicato dos Bancários de Petrópolis, avaliou que a Contraf- CUT está de parabéns em trazer esse tema de grande relevância para os trabalhadores no ramo financeiro. “É de grande importância representar esses trabalhadores, buscar melhores acordos, uma melhor remuneração, e principalmente, buscar melhores condições de trabalho”.
José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, enfatizou que o Seminário, inicialmente pensado para debater estratégias jurídicas, constatou a necessidade de atuação junto aos bancários e bancárias em seus locais de trabalho para identificar as diversas formas de contratação e de atuação dos trabalhadores e trabalhadoras. “Visitando as bases, vamos aproveitar para verificar as necessidades e demandas dos(as) trabalhadores(as) para construir a representação”.
Júlio Cunha, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, avaliou: “É importante dar continuidade ao debate, formular estratégias para a construção da organização coletiva do ramo financeiro, traçar um caminho de representatividade desses trabalhadores e trabalhadoras e transformar essas informações em luta, na direção do fortalecimento e ampliação do ramo financeiro”.
Já Claudio Mello, presidente do Sindicato dos Bancários de Teresópolis, enfatizou: “Esse é o tema mais importante do momento. Temos um grande desafio pela frente, com a redução da categoria precisamos ampliar a participação representando todos os(as) trabalhadores(as), inclusive os de bancos digitais, fintechs, cooperativas, que não possuem ninguém defendendo seus interesses junto aos patrões”, finalizou.
Também estão presentes, Carlos Boné Federa-RJ, José Nilton Federa RJ e representante do Sindicato dos Bancários de Niterói, Cláudia Botelho diretora jurídico do Sindicato dos Bancários de Petrópolis, Miguel Pereira do Sindicato dos Bancários Sul Fluminense e Marcelo Azevedo, palestrante.