Sexta-feira intensa!

A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, abriu a 5ª Conferência Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro, realizada no Sindicato dos Bancários do Rio, nesta sexta-feira (23), com o lema Resistir e Avançar. A abertura ocorreu logo após sua reeleição no 2º Congresso Eleitoral que antecedeu o evento. Em seguida, chamou os presidentes dos sindicatos da base da Federa-RJ para uma saudação.

Rafanele Alves (Campos) foi o primeiro a falar, destacando a necessidade de força e unidade para dar continuidade ao trabalho da Federação e dos sindicatos. Jorge Antônio, o “Porkinho” (Niterói), saudou os participantes, parabenizou especialmente as mulheres eleitas e ressaltou a importância do voto em candidatos alinhados com os interesses da classe trabalhadora.

Sávio Barcellos (Petrópolis) enfatizou a relevância das discussões, especialmente sobre saúde mental da categoria. José Ferreira (Rio) destacou a liderança feminina na Federa-RJ e na Contraf-CUT, citando Adriana Nalesso e Juvandia Moreira. Ele ainda fez um paralelo entre a realidade dos bancários e as fotografias de Sebastião Salgado, falecido na sexta-feira, que retratou as dores dos trabalhadores.
Júlio Cunha (Sul Fluminense) reforçou a importância do debate e deu boas-vindas ao Sindicato Nacional dos Moedeiros, que recentemente se filiou à Federa-RJ.

Cláudio Mello, penúltimo a falar, saudou os participantes da mesa, destacou a colaboração do Dieese no movimento sindical e lembrou da Audiência Pública realizada pelo deputado federal Reimont, no início do mês, sobre a regulamentação do ramo financeiro e o adoecimento da categoria.
Ivan Casseres, vice-presidente dos Moedeiros, encerrou as falas dos representantes sindicais, expressando orgulho em integrar a Federa-RJ e destacando que sua categoria também enfrenta pressões semelhantes às dos bancários.

Na sequência, representantes das centrais sindicais — Jacy Menezes (Intersindical), Carlos Lima (CTB) e Adriana Nalesso (vice-presidenta da CUT-RJ) — ressaltaram a necessidade de combater o avanço da extrema direita, que não defende a pauta dos trabalhadores e ameaça a democracia.

O técnico do Dieese, Paulo Jagger, foi o primeiro integrante da mesa a se pronunciar. Ele apresentou uma análise da conjuntura econômica, afirmando: “Estamos em uma situação muito melhor do que há dois anos. Falo com base em indicadores.” Jagger apontou o crescimento do país em torno de 3% e destacou a melhoria nos índices de emprego, com redução da informalidade e aumento dos postos com carteira assinada, o que tem levado ao crescimento da renda.

O deputado federal Reimont (PT), também bancário do Banco do Brasil, iniciou sua fala abordando as pressões enfrentadas pela categoria bancária. Disse que ninguém deve temer seus superiores e que é preciso ir à luta com base em nossas raízes. Referindo-se ao fascismo, afirmou: “Esses que se dizem patriotas, homens de bem, estão, na verdade, no último refúgio do fascismo. Eles não se importam com o país, com os outros, ou com os direitos humanos.”

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, destacou a importância de congressos e seminários para dialogar com a categoria sobre os temas da conjuntura nacional e internacional. “O bancário pode até achar que não tem nada a ver com Trump, por exemplo, mas tem tudo a ver a partir do momento em que ações como as dele afetam toda a população, como negar a defesa do meio ambiente ou espalhar ódio às minorias”, afirmou. Ela também comentou sobre o plebiscito da jornada de trabalho e concluiu: “Precisamos radicalizar com a democracia. Vamos continuar na luta por um Brasil com democracia, direitos humanos e empregos.”

A Conferência segue neste sábado, no Clube de Engenharia, no Centro da cidade.

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