Sindicato dos Bancários do sul fluminense participa de audiência em Brasília

Categoria bancária é uma das mais acometidas por estresse, depressão e esgotamento físico. No Sul Fluminense, o problema está sendo pesquisado pela UFF.
O diretor de Saúde do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, Miguel Pereira, ao lado do Secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jeferson Gustavo Pinheiro Meira, participou presencialmente nesta quarta-feira (27), na Câmara dos Deputados em Brasília, de audiência pública para debater o Projeto de Lei 3588/20, do deputado Alexandre Padilha (PT-SP). A proposta tem a finalidade de incluir na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) um dispositivo para o governo editar norma regulamentadora com medidas de prevenção e gestão de riscos no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde mental dos trabalhadores.
O principal objetivo do PL é diminuir a incidência dos fatores de riscos psicossociais relacionados ao ambiente de trabalho, como estresse, depressão e esgotamento físico. De acordo com relatório da OIT/OMS (Organização Internacional do Trabalho/ Organização Mundial da Saúde), os transtornos mentais e comportamentais são a principal causa de afastamentos entre bancários. Em 2022 esse percentual alcançou 53% do total de afastamentos, , o dobro do que era dez anos antes. Sem falar das subnotificações. Essa realidade chamou a atenção da direção do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, que em novembro do ano passado divulgou oficialmente a parceria com a UFF (Universidade Federal Fluminense) por meio do curso de extensão de psicologia, com a finalidade de desenvolver estudos sobre a saúde mental da categoria na região.
Segundo Miguel Pereira, em 2022, dos cerca de 1,1 mil associados à entidade sindical estimava que cerca de 15% foram afastados temporariamente pelo INSS por conta das doenças psicossociais. “E só temos visto o número de casos aumentar. Esse é um dado muito expressivo, e nós, enquanto Sindicato, precisamos amparar esse bancário que está adoecido pelo excesso de cumprimento de metas exigidas pelo banco, e aqueles que ainda tem receio de buscar o tratamento. Nossa meta é atuar para que esse adoecimento relacionado ao trabalho cesse”.
Ainda de acordo com Miguel, o resultado da pesquisa feita pela UFF será divulgado brevemente, provavelmente em outubro. “Isso nos possibilitará referenciar as nossas ações direcionadas aos bancários afastados, mas também para aqueles que continuam na ativa e recorrem ao uso de medicamentos controlados para aguentar a pressão do dia a dia e evitar riscos maiores, entre eles, o suicídio. O acometimento de doenças no trabalho, incluído as psíquicas, já é uma das maiores causas de morte no mundo e isso é absurdo. A saúde é um direito de todos e um dever do Estado.
Por isso é preciso atuação do governo, porque a questão já se tornou um problema de saúde pública”..
AUDIÊNCIA
A pedido do deputado Carlos Vera (PT-CE), a audiência foi realizada como um marco da campanha setembro amarelo. O secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles Machado, representou a categoria bancária na composição da mesa de discussão.
O PL 3588/20 tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Em agosto de 2021, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou a proposta.

Fonte: Diário do Vale
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