Agências do Bradesco e do Itaú amanheceram cobertas de cartazes nesta quinta-feira, 22/12, em protesto contra as demissões de centenas de empregados(as) somente no estado do Rio de Janeiro. O número de bancários e bancárias dispensados neste ano está acima da média, mesmo com a lucratividade dos bancos em alta. Além de tirar o sustento de centenas de famílias, os bancos sacrificam os clientes e usuários com a restrição do atendimento: menos funcionários(as), fechamento de agências e até a remoção de caixas eletrônicos.
Ao mesmo tempo que demitem, os bancos fazem investimentos cada vez mais pesados em tecnologia para automatizar ao máximo as operações. Isto vem restringindo o acesso dos clientes às informações sobre suas contas e dificultando o esclarecimento de dúvidas e a resolução de problemas.
Adriana Nalesso, presidenta da Federa, ressalta que, enquanto demitem bancários e bancárias, os bancos privados contratam trabalhadores(as) em regime precário, como pessoas jurídicas. “São os ‘personal bankers’ ou ‘consultores autônomos de investimentos’ que não têm carteira assinada, INSS, férias, 13º salário, FGTS e ainda são responsáveis por todos os custos da realização do trabalho”, esclarece. A dirigente destaca, ainda, que esta precarização é resultado da reforma trabalhista, amplamente apoiada pelos banqueiros justamente por prever a possibilidade de reduzir as despesas com folha de pagamento e manter o mesmo patamar de produtividade, às custas dos direitos dos(as) trabalhadores(as).
As atividades aconteceram nas bases dos sindicatos de Campos, Niterói, Petrópolis, Rio de Janeiro, Sul Fluminense e Teresópolis. Foram paralisações parciais, reuniões com bancários e bancárias, esclarecimentos aos clientes e usuários e panfletagem, para chamar a atenção sobre a escalada das demissões.