“O Futuro da Organização Sindical” foi o tema do último painel do segundo dia do 6º Congresso Nacional da CONTRAF-CUT. O palestrante Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, levantou a necessidade de pensar estratégias para estender a representatividade a 40 milhões de trabalhadores(as) informais que hoje estão em diferentes setores da economia brasileira, inclusive no ramo financeiro. Atualmente, os sindicatos representam apenas 31% da classe que vive do trabalho. Se considerarmos apenas os sindicalizados, esse percentual é ainda menor: 11,5%. Além dos informais, é preciso, segundo Fausto Junior, pensar em como reorganizar a estrutura sindical para dar conta de um universo cada vez mais heterogêneo de contratos de trabalho.
Clemente Gans Lúcio, assessor do Fórum das Centrais, destacou que a redução do poder de representatividade sindical só vai mudar quando formos capazes de romper limites para ampliar efetivamente a base de trabalhadores(as) com novas formas de organização num mundo onde os sistemas produtivos vêm se transformando.
A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, ressaltou a importância de repensar o papel dos sindicatos para agregar aqueles que não estão submetidos a contratos formais de trabalho. “Nós queremos representar essas trabalhadoras e esses trabalhadores. Como vamos começar? Vamos construir junto com eles. Vamos trazê-los tendo a sabedoria de entender que eles não vão ser agregados à nossa Convenção Coletiva de bancários ainda, mas a gente pode, com unidade e organização, conquistar muitos avanços. E eu não tenho dúvida da nossa capacidade. Somos exemplo para outras categorias. A palavra é esperançar. Olhar pra frente, seguir firmes, juntos, tendo a capacidade de descer do salto e dizer: vem com a gente, vamos juntos construir o Brasil que a gente quer”, afirmou Adriana.
Mais cedo, em outro painel, os debatedores abordaram a necessidade de regulamentar o sistema financeiro sobretudo diante do crescimento das fintechs e dos processos de digitalização do sistema bancário.